Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)
Desde Matrix (1999), A Viagem (
Cloud Atlas) é com toda a certeza o melhor filme dos irmãos Andy e Lana
Wachowski adaptando o romance de David Mitchell e misturando diferentes gêneros
e histórias dentro de um só filme e ligando-os. Novo, surpreendente e muito
envolvente.
Vários
episódios e tramas diferentes são apresentados ao espectador que,
aparentemente, não têm nada em comum e vão se desenrolando com uma incrível
curva dramática, muita filosofia, e ao contrário do que se pensava, conexão.
Essas tramas são as mais variadas possíveis, indo da comédia de alguns
velhinhos fugindo de um asilo para um universo cyberpunk.
A
conexão destes universos é algo filosófico, e de certa forma subjetivo. O que
dá toda a graça ao filme. Especular, descobrir e pensar em qual é a conexão
entre cada personagem e de seus papéis. Para te levar a esse estado de “reflexão”
o filme conta com alguns recursos físicos, como colocando os mesmos atores em
todas as tramas - Tom Hanks, Halle Berry, Hugh Grant, Susan Sarandon, Jim
Broadbent, Hugo Weaving, Jim Sturgess, Ben Whishaw, Keith David, David Gyasi, Zhou Xun e Doona Bae – para representar a sua ligação, e com frases soltas deixadas pelos
personagens. Algumas dessas frases podem ser consideradas clichês, eu diria,
mas dentro deste filme e deste roteiro apenas comprovam como esses clichês são
verdadeiros. Afinal, o que é o oceano se não um monte de gotas?
Alguns
pontos técnicos deste filme devem ser ressaltados. Como a maquiagem e
fotografia que realmente te fazem crer e perceber com facilidade os universos
abordados, tanto os futurísticos quanto os atuais. A trilha sonora que cresce e
se mantém de trama para trama acompanhando o roteiro e a curva dramática do
filme como um todo. E um roteiro brilhante, que a principio se mostra pacato e
desenvolve bem as histórias em si e no final vai passando de uma para outra
rapidamente te deixando ser ar.
O único personagem
principal desta história toda é a maneira que uma vida pode refletir na outra.
Como as atitudes de um personagem se voltam contra ou a favor dele em sua outra
vida, ou algo assim. A viagem realmente te faz se perder em pensamentos e te
deixa lá. E mesmo após o filme acabar você permanece neste transe. O problema é
que pensar não é o forte do público em geral, portanto este não é um filme que
agrada a todos os gostos. Mas se você for capaz, viaje com este filme.
Cara... sem palavras, esse filme realmente me impressionou. É o tipo de coisa que faltava no cinema, aquele entretenimento com mais peso e qualidade que você não via a tempo nas telonas, o tipo de filme que se importa com a filosofia e com a mensagem que ele trás, realmente muito bom.
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