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domingo, 10 de março de 2013

Cinema: Killer Joe - Crítica


            Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)





               Dentro de uma família totalmente desequilibrada, praticamente sem laços afetivos, William Friedkin constrói uma comédia tão pesada que se ri para não ficar espantado. Sangue, mentes perturbadas e estereótipos são os ingredientes principais para tudo isso. O que já é meio típico de Friedkin.
               Um vendedor de cocaína endividado, Chris (Emile Hirsch), resolve propor a seu pai, Ansel ( Thomas Haden Church), que contratassem um assassino profissional, Joe (Matthew McConaughey), para matar sua mãe e ex-esposa de Ansel afim de faturar uma bolada com o seguro de vida da possível futura falecida. No meio disso tudo, como uma garantia do dinheiro que poderá vir, Joe solicita Dottie ( Juno Temple), irmã de Chris. Dottie representa a última gota de pureza nessa família, em contra partida, Joe representa aquele cara confiante, inteligente, poderoso, ou seja, o “fodão”. Já deu pra ver a ideia deturpada de um conto de fadas que se faz passar.
               Surgido de uma peça de teatro e adaptado para o cinema por Tracy Letts o roteiro deságua em soluções totalmente absurdas para os conflitos inicialmente apresentados, e nas mãos de Friedkin, o nível de absurdidade é extrapolado e se mistura com a violência frequente e ainda te faz rir. Com o tempo o filme é levado para um clima mais tenso. Mas esse momento de clímax é esperado, e te deixa ansioso para assisti-lo e quando ocorre, gera uma catarse tão violenta quanto a cena em si.
               O trabalho dos atores em manter o estereótipo é excelente, mas, mesmo sendo ocultado por McConaughey até mesmo pelo roteiro Church é, para mim, o que roubou a cena com o seu “trabalhador texano burro”. Mesmo sendo o mais estável dos personagens é o mais engraçado e bem encenado.
               Esse contraste absurdo de violência e comédia misturado com um roteiro totalmente imprevisível faz deste, um filme para se ver e rever. Friedkin não perdeu nem um pouco o fio da sua faca, muito menos o de seu frango frito, como vemos neste filme. 

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