Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)
Dentro de uma família totalmente desequilibrada,
praticamente sem laços afetivos, William Friedkin constrói uma comédia tão
pesada que se ri para não ficar espantado. Sangue, mentes perturbadas e estereótipos
são os ingredientes principais para tudo isso. O que já é meio típico de
Friedkin.
Um
vendedor de cocaína endividado, Chris (Emile Hirsch), resolve propor a seu pai,
Ansel ( Thomas Haden Church), que contratassem um assassino profissional, Joe
(Matthew McConaughey), para matar sua mãe e ex-esposa de Ansel afim de faturar
uma bolada com o seguro de vida da possível futura falecida. No meio disso
tudo, como uma garantia do dinheiro que poderá vir, Joe solicita Dottie ( Juno Temple),
irmã de Chris. Dottie representa a última gota de pureza nessa
família, em contra partida, Joe representa aquele cara confiante, inteligente,
poderoso, ou seja, o “fodão”. Já deu pra ver a ideia deturpada de um conto de
fadas que se faz passar.
Surgido
de uma peça de teatro e adaptado para o cinema por Tracy Letts o roteiro deságua em soluções totalmente absurdas para os conflitos inicialmente apresentados,
e nas mãos de Friedkin, o nível de absurdidade é extrapolado e se mistura com
a violência frequente e ainda te faz rir. Com o tempo o filme é levado para um
clima mais tenso. Mas esse momento de clímax é esperado, e te deixa ansioso
para assisti-lo e quando ocorre, gera uma catarse tão violenta quanto a cena em
si.
O trabalho
dos atores em manter o estereótipo é excelente, mas, mesmo sendo ocultado por
McConaughey até mesmo pelo roteiro Church é, para mim, o que roubou a cena com
o seu “trabalhador texano burro”. Mesmo sendo o mais estável dos personagens é
o mais engraçado e bem encenado.
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