Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)
Com um realismo teatral que surpreende até os maiores fãs de
musicais quanto os que os odeiam Tom Hooper leva uma das obras mais famosas de
todos os tempos, Os miseráveis, para o cinema. Outras versões já haviam sido
feitas antes, tanto no cinema quanto em musicais da Broadway, da onde essa obra
é adaptada. O livro foi lançado em 1862 por Victor Hugo, que retrata a miséria
e a desigualdade social gritante de sua época narrando a grande história de
Jean Valjean.
Uma obra
que já fora inúmeras vezes adaptada e de tantas maneiras encenada e demostrada
ao mundo gera uma questão. Como surpreender? Como inovar? Ainda mais com um
musical, um gênero de certa forma linear e por muitas vezes maçante. Mas é bem devido
as inovações trazidas neste filme que as polêmicas tanto na crítica quanto no publico surgem.
Primeiramente,
o gênero de musical é um gênero teatral, onde muitas vezes o realismo não
encaixa. Neste caso encaixou, e muito bem. É estranho pensar em como levar a
sério uma história toda cantada que ao invés de se falar um “não” se solta um “Nãooooo”
cantado e com muita emoção. Mas dentro desta história e roteiro, fica parecendo
que palavras não bastam para se expressar certas coisas. E durante o filme, fica
bem claro a maior profundidade, que pelo fato de ser um musical, certas cenas
têm.
E é ai
que entra a outra inovação para com a obra de Hooper. Ao invés das vozes dos
atores serem gravadas em estúdio e depois dubladas pelos mesmos, como de
costume, o diretor resolveu capturá-las diretamente nas filmagens. O que gerou atuações
espetaculares, como a de de Hugh Jackman, que viveu Jean Valjean e deu o sangue
neste papel, ou de Anne Hathaway cantando “I Dreamed a Dream”. Mas também gerou
notas desafinadas, gritos arranhados e alguns errinhos no tom.
O
diretor preferiu a emoção ao invés da técnica, a entrega máxima ao invés da perfeição.
O que, em minha opinião, diferencia este de outros musicais e te faz crer no
que esta sendo apresentado.
Até para
quem não é fã de musicais – como eu – este é um que vale a pena assistir. Com
uma dramaticidade e roteiro poucas vezes visto este é um daqueles musicais que
dá vontade de cantar junto. E no meu caso, deu pra QUASE se emocionar.
Esse é o tipo de filme que recebe mais críticas positivas por pressão da academia e background histórico do que por qualquer outro motivo. Quero dizer, dificilmente alguém que se diz cinéfilo vai abrir a boca em público para falar mal de um filme com tantas indicações e baseado em uma obra tão formidável.
ResponderExcluirEntão pressão da academia eu não digo KK, mas realmente este filme é adaptado de uma obra tão boa que te prende a uma crítica positiva, mas o que realmente eu estava tentando analisar nessa crítica era se colocar um musical tão famoso como este com um caráter realista dava certo, e temos que admitir, independente de academia ou ser cinéfilo ou não, que deu.
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ExcluirRealmente o filme transcende o que poderia ser chamado de pressão da academia,por ser muito bem feito.
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