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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Cinema: Busca Implacável 2 - Crítica





Por Eduardo Brunetto

Busca Implacável 2 ( Taken 2) é apenas mais uma daquelas sequências motivadas pelo lucro gerado do primeiro filme, e nada a mais. Neste caso, o filme conta com nova direção: Oliver Megaton. E é estrelado novamente por Liam Neeson, a salvação do filme.
Bryan Mills (Liam Neeson) que matou dezenas de bandidos atrás de sua filha sequestrada no primeiro filme, em Busca Implacável 2 se depara com os parentes desses bandidos, liderados por Murad (Rade Sherbedgia), querendo se vingar por seus entes queridos. E assim partem em busca do sequestro da filha e ex-mulher de Mills.
As únicas preocupações do roteiro deste filme são: garantir que a sequência não fique igual ao primeiro filme e priorizar as cenas de ação de Liam. Quanto a não deixar este filme igual ao primeiro, o roteiro fracassou.  Porém sua tentativa foi válida. Ao invés de Kim (Maggie Grace), filha de Mills, ser sequestrada pelos bandidos ela consegue fugir e acaba partindo em auxílio de Mills, o que seria interessante se não fosse por ela sair por ai dirigindo carros como uma profissional - sem sequer ter uma carteira de habilitação - ou sair estourando granadas por toda Istambul. O que se torna extremamente forçado e fica claro que Maggie combina muito mais com o tipo donzela em perigo. Mas o filme não poderia ficar sem essa tal donzela, no caso, a ex-esposa de Mills (Famke Janssen) faz esse papel, e ai tudo se repete como no primeiro filme.
Já em relação às cenas de ação o diretor mostra que gosta de “enfeitar” mais do que o seu antecessor, com um ritmo mais frenético e mais pancadaria. Essas ações fazem o filme perder em quesito de realidade - o que já era fraco no primeiro filme – mas aumentam a tensão de quem assiste. No fim das contas é mais porrada e menos lógica.
Liam Neeson por sua vez consegue dar vida e profundidade ao carrancudo Bryan Mills. Um personagem que representa o estereótipo do velho e bom agente aposentado, cheio de obsessões e manias, como sua pontualidade que chega a ser irritante. Nas mãos de Liam esse personagem faz sentido e convence muito bem. Em compensação, se vê apenas mais um típico vilão hollywoodiano que deseja vingar o seu filho – mesmo que ele sequestrasse menininhas inocentes para vendê-las para o mercado negro – e repete os clássicos erros de todos os vilões da história, como: matar suas vítimas da forma mais bizarra e demorada possível e não ficar para assistir sua morte permitindo que o mocinho se solte e a salve, ou de contratar capangas que dormem ao vigiar alguém e que não tem visão periférica. E sem um bom vilão não adianta um bom mocinho. Vemos isso em 007 Operações Skyfall onde Javier Bardem representa um vilão que foge do comum e dá ao filme outras dimensões.
O primeiro filme até pode ser considerado bom, pois tinha um roteiro relevante somado a boa atuação de Neeson que o prendia ao filme. Este acaba sendo repetitivo, mas não consegue a mesma atenção de quem o assiste e se torna muito previsível. Agora só basta ter alguém para ser sequestrado e já poderíamos esperar por um Busca Implacável 3.

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