Por Eduardo Brunetto
Busca Implacável 2 ( Taken 2) é
apenas mais uma daquelas sequências motivadas pelo lucro gerado do primeiro
filme, e nada a mais. Neste caso, o filme conta com nova direção: Oliver
Megaton. E é estrelado novamente por Liam Neeson, a salvação do filme.
Bryan Mills (Liam Neeson) que
matou dezenas de bandidos atrás de sua filha sequestrada no primeiro filme, em
Busca Implacável 2 se depara com os parentes desses bandidos, liderados por
Murad (Rade
Sherbedgia), querendo se vingar por seus entes queridos. E
assim partem em busca do sequestro da filha e ex-mulher de Mills.
As únicas preocupações do roteiro
deste filme são: garantir que a sequência não fique igual ao primeiro filme e
priorizar as cenas de ação de Liam. Quanto a não deixar este filme igual ao
primeiro, o roteiro fracassou. Porém sua
tentativa foi válida. Ao invés de Kim (Maggie Grace), filha de Mills, ser
sequestrada pelos bandidos ela consegue fugir e acaba partindo em auxílio de Mills,
o que seria interessante se não fosse por ela sair por ai dirigindo carros como
uma profissional - sem sequer ter uma carteira de habilitação - ou sair
estourando granadas por toda Istambul. O que se torna extremamente forçado e
fica claro que Maggie combina muito mais com o tipo donzela em perigo. Mas o
filme não poderia ficar sem essa tal donzela, no caso, a ex-esposa de Mills (Famke
Janssen) faz esse papel, e ai tudo se repete como no primeiro filme.
Já em relação às cenas de ação o
diretor mostra que gosta de “enfeitar” mais do que o seu antecessor, com um
ritmo mais frenético e mais pancadaria. Essas ações fazem o filme perder em
quesito de realidade - o que já era fraco no primeiro filme – mas aumentam a
tensão de quem assiste. No fim das contas é mais porrada e menos lógica.
Liam Neeson por sua vez consegue
dar vida e profundidade ao carrancudo Bryan Mills. Um personagem que representa
o estereótipo do velho e bom agente aposentado, cheio de obsessões e manias,
como sua pontualidade que chega a ser irritante. Nas mãos de Liam esse
personagem faz sentido e convence muito bem. Em compensação, se vê apenas mais
um típico vilão hollywoodiano que deseja vingar o seu filho – mesmo que ele sequestrasse
menininhas inocentes para vendê-las para o mercado negro – e repete os
clássicos erros de todos os vilões da história, como: matar suas vítimas da
forma mais bizarra e demorada possível e não ficar para assistir sua morte
permitindo que o mocinho se solte e a salve, ou de contratar capangas que
dormem ao vigiar alguém e que não tem visão periférica. E sem um bom vilão não
adianta um bom mocinho. Vemos isso em 007 Operações Skyfall onde Javier Bardem
representa um vilão que foge do comum e dá ao filme outras dimensões.
O primeiro filme até pode ser
considerado bom, pois tinha um roteiro relevante somado a boa atuação de Neeson
que o prendia ao filme. Este acaba sendo repetitivo, mas não consegue a mesma
atenção de quem o assiste e se torna muito previsível. Agora só basta ter alguém
para ser sequestrado e já poderíamos esperar por um Busca Implacável 3.
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