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domingo, 30 de dezembro de 2012

Cinema - O Homem da Máfia - Crítica




Por Eduardo Brunetto

             Um filme que usa a crise econômica de 2008 como fundo para estabelecer um enredo da máfia de Boston. É isso o que Andrew Dominik faz de “O Homem da máfia” ( Killing them softly) um paralelo entre um “caso” do crime organizado com uma crítica social e política.

            Dentro da máfia de jogos de apostas de Boston, ocorre um assalto a uma das mesas de jogos da cidade, o que, é claro, é inaceitável. Para resolver o problema e pegar os tais assaltantes, Jackie (Brad Pitt) é contratado.

            Com constantes discursos de alguns presidentes que ficam no fundo passando em rádios ou TVs e diálogos a respeito disso o filme traça sua conectividade com a crise e estabelece sua crítica. Ou pelas constantes vezes que a falta dinheiro e o medo de perdê-lo são citados. Há também um clima de abandono por toda a cidade, com uma câmera distante acompanhando a caminhada de um dos personagens se nota a falta de pessoas e o cenário pesado e escuro, muitas vezes chuvoso como se a crise fosse um apocalipse. Ao mostrar esses aspectos Dominik foi muito competente e fica bem clara a ligação do filme e das atitudes dos personagens com a atual situação enfrentada pela América.

            O ponto fraco do filme se torna seus diálogos muitas vezes amarrados que tentam, novamente, dar ênfase na crítica social do filme e acabam se tornando enrolados e nem ajudam na trama ou na crítica. Manter apenas os cenários pesados e os discursos do rádio já eram suficientes para entender como a crise influenciaria no filme  e entender o objetivo do diretor, mas sua constante ênfase torna-se cansativa.

            O filme também conta com pouca ação, mas quando ela aparece é bem feita. Brad Pitt com seu cargo de “resolvedor de problemas” atrai a atenção do espectador. E sua forma de resolvê-los ainda mais. Pitt consegue dar consistência ao seu personagem e dá um ar maior de “máfia” a produção.

            Existem melhores filmes sobre máfia, e existem melhores filmes sobre política. O Homem da máfia não cumpre nenhum dos papéis com esplendor, mas possui uma conclusão interessante e, apesar de enrolada, uma trama agradável sem buracos ou falta de densidade apenas mais amarrada do que ela merece.

3 comentários:

  1. nao vi esse filme, pela a critica parece ser bem parado...

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    1. Realmente cara, é bem parado, mas é um bom filme e tem toda uma questão social por trás, então até que vale a pena assistir

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  2. assisti ontem, a atuação do Brad Pitt tenta salvar um enredo que segura pouco a atenção,o filme acaba sendo uma crítica pouco impactante

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