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domingo, 6 de janeiro de 2013

Cinema - As Aventuras de Pi - Crítica


Por Eduardo Brunetto

Uma obra de extrema densidade e imersão baseada no livro “A vida de Pi”, o filme “As aventuras de Pi” ( The life of Pi) te joga para dentro de uma trama de sobrevivência e religiosidade.
O diretor Ang lee, que já trabalhou anteriormente em Hulk (2003), e “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005), tinha o desafio de passar para as telonas o romance de Yann Martel onde um garoto indiano, Pi (Saruj Sharma), adepto de 4 religiões que foi vitima de um naufrágio e acaba em um bote salva vidas com uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre. E com uma fotografia expressivamente bela e diferente do que se vê atualmente, Lee cumpriu sua tarefa com excelência.
Primeiramente uma introdução da vida e crenças de Pi são feitas para se compreender o personagem, suas crenças e sua forma de vida que influenciará muito durante os vários dias que fica naufragado em alto mar. Mas o ponto alto do filme é após o naufrágio do navio, onde Pi esbarra com um tigre, um predador, ao qual ele teme, mas aprende a conviver.
Sua relação com o tigre é muito bem explorada, afinal sozinho sem nada nem ninguém por perto, ele é o único com quem Pi pode interagir. E assistir todo aquele medo se transformando em cumplicidade dentro de todo aquele cenário de abandono é extremamente imersivo que algumas vezes você se pega questionando seus dogmas mais antigos e olhando de novo de uma forma diferente para algumas questões, se colocando no lugar de Pi, enfrentando com ele sua jornada, mas de uma forma muito particular.

Tudo isso é mérito do trabalho de Ang Lee, que com sua experiência e versatilidade conseguiu transformar 90 minutos de interação de um garoto com um tigre selvagem em um filme que não te deixa desviar a atenção. É claro que o filme não consegue se aprofundar como o livro em certas questões como sua mensagem final, o que merece ser lembrado, pois um pouco de toda aquela experiência se perde com um final um pouco desmotivante. Mas mesmo assim o filme alcança as expectativas e trás uma forte experiência para quem assiste, fazendo-nos enfrentar junto com Pi seu tigre, e os nossos próprios. 

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