Não apenas relatar a guerra, mas
a partir de uma trama relacionada a isso levantar questionamentos a respeito.
Fazer o espectador analisar tudo por outro ponto, colocá-lo dentro do enredo em
si. Nos seus dois últimos filmes, Guerra ao Terror (The Hurt Locker) e o mais
recente A Hora mais escura (Zero Dark Thirty), Kathryn Bigelow faz exatamente
isso.
Com um fundo preto e vozes de
pessoas que morreram no ataque de 11 de setembro o filme começa e já denuncia
qual será o seu tom. E ele realmente o mantém. Um dos maiores pontos fortes
deste filme é conseguir manter a tensão dentro de um enredo, de certa forma,
político e investigativo durante toda a sua duração. Bigelow usa de diversos
recursos para isso. Uma introdução de tema diferenciado por exemplo, começando
o filme já mostrando a dura realidade dos interrogatórios a suspeitos de
terrorismo contrastando com uma mulher, agente da CIA enviada ao Afeganistão,
que assiste a “tortura” e depois passa a “praticá-la”. As aspas são
importantes, pois estas cenas de “tortura” não são de torturas de fato, esse
não é o foco do filme, essas cenas estão ali apenas mostrar uma realidade, elas
existiam, e retratá-las é necessário.
Dando este foco inicial,
acompanhamos a agente Maya (Jessica Chastain) e a sua nova jornada no Afeganistão.
Algo realmente interessante analisar o contraste entre ela e o ambiente hostil
em que se encontra e tudo mais, e então, o filme desagua na sua trama
principal, contar como foi a investigação que levou a morte de Osama Bin Laden.
Mesmo sabendo do final passamos o
filme inteiro com perguntas, e ainda sim, tensos. A forma de retratação de
certa forma mais humana dessa guerra contra o terrorismo é, de fato, o que
causa tudo isso. Mostrando a parte humana que há em um fato histórico como esses e a pressão em cima todos os que estavam envolvidos provoca toda uma identificação com o espectador, pois você se coloca no lugar daquelas pessoas. E ai entra a atuação de Chastain que, com uma naturalidade surpreendente consegue
passar tudo isso.
Um tema que gerou multimidiáticas
representações tem nas mãos de Bigelow uma cara mais humana e mais baseada na
realidade. Onde, como o soldado que matou Bin Laden, demoramos a perceber que a
história estava sendo escrita nos atos que ocorreram ali.
parece muito interessante... adoro filmes deste tipo
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