Cinema: Lincoln - Crítica

Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)

Com muita fumaça de charuto, salas escuras e longas conversas, no filme Lincoln, Steven Spielberg retrata um episódio histórico sobre uma lenda de uma forma diferente. Não com uma visão dramática e exagerada, mas sim política e pessoal.

O Filme retrata o último ano da guerra civil americana, 1865, e conta a longa jornada da emenda constitucional que acabaria com a escravidão nos EUA. Lincoln, muito popular na época, arriscava muita coisa querendo aprovar esta emenda polêmica e ainda tinha nas costas uma guerra devastadora que era passível de terminar por suas mãos, dependendo de suas decisões.

 Toda essa trama é desenvolvida com longos diálogos e discursos políticos em salas escuras com uma iluminação que, de certa forma, ressalta a figura clássica de Lincoln, mas sem dramatizá-la, e mostra o peso de suas decisões dentro de toda essa obscuridade. Assim se traça uma jornada cansativa até o final, porém, creio – apesar de alguns erros  - que Spielberg utilizou a maneira certa de abordar o presidente mais famoso dos EUA. Dessa forma se pode analisar o período histórico e até mesmo o Lincoln por um ângulo mais realista, pode se dizer.

O mérito maior do filme vai para a atuação de Daniel Day- Lewis, que interpretou Lincoln e para Tommy lee Jones, que deu vida a Thaddeus Stevens. Lewis consegue tirar a essência de tudo aquilo que já ouvimos falar sobre Lincoln. Mostra seu poder político e ao mesmo tempo aquele contador de histórias. Ele realmente entra no personagem e transparece o quão desgastante toda a jornada que se vê durante o longa foi para Lincoln. Esse cansaço, assim como o personagem é quase real e  fica evidente pelas mão de Lewis.

Fugindo de um final clichê e de seu próprio estilo mais dramático e épico Spielberg faz um bom filme. Porém não tão bom quanto podia ser. Ele parecia estar no caminho certo, porém faltou um pouco mais de ambição para o diretor que, tentando evitar aquele drama exagerado e o endeusamento do presidente chegou a tonar o filme cansativo e repetitivo.  Algo que nunca aconteceria em um Jurassic Park por exemplo.