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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cinema: Django Livre - Crítica


Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)



Pegar um período histórico, ou um gênero do cinema e reinventá-lo é, com certeza, uma das especialidades de Tarantino. E como em “Bastardos Inglórios”, “Django Livre” também tem fundamentos históricos. No filme voltamos até um pouco antes da Guerra Civil Americana onde a escravidão, que era liberada, se torna a coadjuvante paralela a uma história de vingança. E junto com isso, muito, mas muito sangue.
Assim como os Judeus tiveram sua vingança contra os nazistas no último filme do diretor, neste, os negros batem, e com força, nos branquelos da época. Quase uma vingança social. Tarantino olha para a história e cria exceções dentro dela, onde naquele ambiente de escravatura e injustiça, um negro – no caso Django (Jamie Foxx) – é liberto por um caçador de recompensas, que se diz ser dentista, Dr. Shultz (Christoph Waltz) e juntos saem como Django mesmo diz “caçar brancos e ainda ser pago para isso.” Dentro de toda essa história, ainda tem o fato de Django querer libertar sua esposa, que pertence a Calvin Candie (Leonardo Dicaprio), o que no caso seria a trama principal.
Este é um filme cheio de referências, tanto a literatura alemã, sutilmente introduzida, e que na verdade resume a história, a mitologia grega. Tarantino usa e abusa dos Clichês do Western, mas, ao mesmo tempo o transforma, introduzindo as referências citadas, um embate histórico e um roteiro excelente, com muitas reviravoltas e que introduz os personagens e suas histórias como só Tarantino sabe fazer. Ou uma trilha sonora eclética e de estrema eficiência, usando algumas vezes até do hip – hop para passar a emoção das telas.
Embora excelente o roteiro não alcança o que Bastardo Inglórios alcançou, este é um filme muito bom sim, mas não se faz uma trama tão densa com em Os Bastardos. Talvez por isso Django tenha sido indicado como Melhor Filme no Oscar, mas não como melhor diretor.  
Com os paradoxos de sutileza e estrema violência, Django agrada aos fãs de Tarantino, que têm a oportunidade de ver quase um “Kill Bill” no faroeste. E nos faz sair do cinema mais pirados do que entramos.

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