Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)
Pegar um período histórico, ou um
gênero do cinema e reinventá-lo é, com certeza, uma das especialidades de
Tarantino. E como em “Bastardos Inglórios”, “Django Livre” também tem
fundamentos históricos. No filme voltamos até um pouco antes da Guerra Civil
Americana onde a escravidão, que era liberada, se torna a coadjuvante paralela
a uma história de vingança. E junto com isso, muito, mas muito sangue.
Assim como os Judeus tiveram sua
vingança contra os nazistas no último filme do diretor, neste, os negros batem,
e com força, nos branquelos da época. Quase uma vingança social. Tarantino olha
para a história e cria exceções dentro dela, onde naquele ambiente de
escravatura e injustiça, um negro – no caso Django (Jamie Foxx) – é liberto por
um caçador de recompensas, que se diz ser dentista, Dr. Shultz (Christoph Waltz) e juntos saem como Django mesmo diz “caçar brancos e ainda ser pago para
isso.” Dentro de toda essa história, ainda tem o fato de Django querer libertar
sua esposa, que pertence a Calvin Candie (Leonardo Dicaprio), o que no caso seria
a trama principal.
Este é um filme cheio de referências,
tanto a literatura alemã, sutilmente introduzida, e que na verdade resume a
história, a mitologia grega. Tarantino usa e abusa dos Clichês do Western, mas,
ao mesmo tempo o transforma, introduzindo as referências citadas, um embate
histórico e um roteiro excelente, com muitas reviravoltas e que introduz os
personagens e suas histórias como só Tarantino sabe fazer. Ou uma trilha sonora
eclética e de estrema eficiência, usando algumas vezes até do hip – hop para
passar a emoção das telas.
Embora excelente o roteiro não
alcança o que Bastardo Inglórios alcançou, este é um filme muito bom sim, mas
não se faz uma trama tão densa com em Os Bastardos. Talvez por isso Django
tenha sido indicado como Melhor Filme no Oscar, mas não como melhor diretor.
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