Páginas

sábado, 10 de novembro de 2012

Cinema: Intocáveis - Crítica

Por Eduardo Brunetto



Lançado em 2011 e chegando ao Brasil com um notável sucesso e um dos filmes franceses que mais rendeu na história: cerca de 360 milhões de dólares. Intocáveis, uma comédia politicamente incorreta e muito agradável de assistir prova seu valor.
Dirigido por Olivier Nakache e Eric Toledano Olivier, Intocáveis conta a história de um milionário tetraplégico, Philippe (François Cluzet), que vincula uma forte amizade com um senegalês, Driss (Omar Sy). Philippe contrata Driss por uma certa afinidade que sentiu pelo rapaz em sua entrevista de emprego, onde Driss só pretendia conseguir um seguro desemprego.
A partir das fortes diferenças entre os dois, o filme sustenta suas piadas. Driss, um cara agressivo, pobre e extremamente extrovertido e Philippe, tetraplégico, culto e milionário. Driss quebra a monotonia da vida do milionário tetraplégico e este dá um rumo na vida do ex- meliante. Com essa pegada de contrariedades os atores François Cluzet e Omar Sy encontram espaço para desenvolver seus personagens, mostrando uma excelente química de trabalho que é notável aos olhos de quem assiste.
Com um roteiro que impressiona, aos poucos o passado dos personagens vai sendo revelado e novos ânimos vão sendo dados aos espectadores, com piadas criadas por novos prismas e um texto surpreendente com diálogos intensos, que não deixam espaço para  se desprender do filme. O que diferencia esta comédia de muitas outras que vão se tornando cansativas e repetitivas pelo fato de se manterem com uma visão singular de uma trama. E com esses avanços na vida dos personagens são reveladas várias semelhanças entre os extremos sociais, Driss e Philipe, como o amor por aventuras radicais, o desprezo ao socialmente correto e etc. E é nisso que o filme sustenta o seu drama.



Sem perder seu traço francês, Intocáveis se torna digno da quantia que arrecadou e mesmo com a aparição de alguns clichês – como as cenas do modo desajeitado de Driss, onde ao se distrair com uma bunda espeta o olho de Philippe, soando como um Debby e Loyde – o filme se prova original, com uma ótima sacada das piadas feitas em cima de deficiência de Philippe e da classe social de Driss. E ainda que Philippe diga que gosta de Driss porque que ele o trata como igual e não tem pena dele, o filme não se aprofunda na ideia de passar uma mensagem ou de se tornar um mecanismo social. Apenas mostra que rir é o melhor caminho e fazer rir, ele realmente consegue.

4 comentários: