Cinema: O Lado bom da vida - Crítica

Por Eduardo Brunetto (@DuBrunetto)

Romance. Um gênero muitas vezes repetitivo e já fadigado ao longo da história do cinema que é considerado meloso e tudo mais, encontra nas mãos de David O. Russell novas forças e novos ângulos.

Pat Solitano (Bradley Cooper) Um bipolar que por um ataque de raiva espanca um sujeito até quase sua morte é internado em uma clínica e tem que manter uma distância mínima de segurança de sua ex-mulher. Pela qual ele continua apaixonado. Tiffany, (Jennifer Lawrence) uma moça que perdeu o marido e, muito depressiva e solitária, fez sexo com 11 pessoas do seu escritório, incluindo mulheres, é demitida. Ambos acabam se conhecendo por acaso e assim se segue. Uma premissa um tanto quanto diferente em relação a romances.

O filme pode ser considerado até um pouco frenético, com diálogos rápidos, inteligentes e até engraçados junto a mudanças de câmeras repentinas, looks em objetos parados para de certa forma de situar no ambiente, uma linha de pensamento rápida com uma maneira diferente de desenrolar a trama e te expor os fatos que compõem o filme. Ou seja, é um roteiro que foge dos padrões para este tipo de gênero.

Mas o que Russell realmente faz aqui é dar espaço as atuações, Bradley e Jennifer demonstram um entrosamento corrente durante o filme, agradável de assistir. Atuações com o peso que os personagens e suas histórias realmente merecem. Além de Robert De Niro que surpreende na tela.

O Lado bom da vida (Silver Linings Playbook) é um filme previsível, mas que não perde seu peso, afinal estamos falando de bipolares e depressivos em cena. O filme segue alguns padrões do gênero (como sua previsibilidade), mas sem aquele jeito meloso e extremamente chato. Chega a ser rude e profundo, e embalado até por Led Zeppelin, é um filme que vale a pena.